quarta-feira, dezembro 13, 2006

Morto o bicho, morta a peçonha


Morreu enfim Augusto Pinochet, de forma natural, coisa a que muitos dos seus compatriotas não tiveram direito durante a sua presidência. Restam-nos aqueles a quem ele não deixa saudades, e que não resistiram a comemorar o seu fim; e os outros que ainda acreditam que Pinochet salvou o Chile da hecatombe, que aprovaram as matanças no estádio de Santiago e que ainda acham que o general deixou o poder "voluntariamente" (isto é, depois de perder um referendo e já sem o apoio de sempre dos EUA) e deixou um pais "próspero" (para se aferir melhor tal "prosperidade", criada pelos Chicago boys, é favor ler isto), sem pelo caminho desviar nada. Entre estes, conta-se a Srª Thatcher e alguns "liberais" pouco esclarecidos, que divinizam o ditador. Sem dúvida um exmplo magnífico do liberalismo que estes senhores pretendem para o mundo. Deus tenha piedade não só da alma do ex-ditador, se ele se tiver arrependido, mas igualmente da sanidade mental destes pobres de espírito.

Stroessner também morreu este ano. Fidel não parece ter muito mais tempo de duração. Os tempos estão maus para ditadores sul-americanos.

2 comentários:

Marx disse...

Pelos vistos o mundo estará mal para ditadores de todo o lado. Para além de Pinochet e Stroessner (que não teve as luzes do primeiro porque a Sra. Tatcher gostava mais das fardas do Augusto) também o africano Mengistu Haile Mariam se finou. Com Fidel prometido para ainda antes do fim do ano...

João Pedro disse...

Tem razão no que toca a ditadores (não esquecamos também Milosevic). Mas atenção que Mengistu continua vivinho da Silva. Um tribunal etíope condenou-o à morte à revelia por crimes contra a humanidade, mas o ex-ditador está refugiado na corte do amigo Mugabe. Gostava que cumprisse uma pena, mas prefiro vê-los morrer de forma não provocada.