quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Expiação

As críticas ao filme Expiação não foram inversamente proporcionais às do livro que o inspirou, de Ian McEwan (que me dizem ser uma obra prima), mas pouco faltou. De "filme inglês de qualidade" do ano, como se pode ver pelas nomeações para os Globos de Ouro, Bafta e Óscares, até ser considerado uma desilusão, um instrumento sem fôlego ou até "intragável", segundo Pedro Mexia. Tive algum desapontamento, é certo, pelas altas expectativas que tinha, mas dou-lhe pelo menos três estrelas. As interpretações são mais que satisfatórias, a narrativa term alguns momentos mortos dispensáveis, mas também outros em que flui livremente, o efeito surpresa está lá, os cenários são dignos de época e as cenas de Dunkerque são uma excelente recriação do espírito reinante da retirada falhada e do desespero dos soldados encurralados. Mas o que vale mesmo o bilhete é a imagem - e aqui concordo totalmente com Mexia - de Keira Knightley deslumbrante até mais não no seu vestido verde, que enche qualquer cena em que entre, e do seu ar entre o romântico e o poseur, aspirando o fumo do cigarro. Tudo isto no espaço fechado do cinema, que só por si daria causa para interdição total do filme por parte da ASAE.

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