quarta-feira, setembro 30, 2009

O regresso dos Green Day





Os Green Day passaram pelo Pavilhão Atlântico na Segunda-Feira. Trouxeram o seu carrossel punk/opera rock e deram um concerto que sem ser extraordinário teve bastantes momentos altos.
 
A banda de Billy Joe (sempre com o seu ar de louco e os seus olhos esbugalhados) marcou-me, como a muito, na adolescência. Em meados dos anos noventa, o que estava a dar era o fulgurante Dookie e as suas músicas incandescentes de três minutos, como Basket Case e When I Come Around. Havia a concorrência dos histéricos Offspring para ver quem dominava o "teenager punk rock" californiano e conseguia mais discos de platina.
 
Os Green Day continuaram no mesma caminho, com alguns momentos marcantes, mas já em ligeiro declínio, até aos anos 2000, em que apareceram a fazer as primeiras partes de concertos de bandas que eram meras cópias pueris deles próprios, como os Blink 182, e ainda vendo os Offspring mantendo o sucesso. Já quase todos se tinham esquecido deles quando resolveram inverter o rumo e lançar o disco de opera-rock American Idiot. Como se sabe, um sucesso retumbante: regresso aos primeiros lugares das tabeças de vendas, boas críticas musicais e imensos Grammys e MTV Awards. Em suma, o regresso da glória dos tempos de Dookie, mas em versão crescida. Ao mesmo tempo, os Offspring definhavam entre a sua berraria e os Blink e restantes clonagens de punk para adolescentes sumiam de cena.


Este ano lançaram novo disco, 21st Century Breakdown, que tal como o anterior ainda traz consigo a crítica à guerra ao Iraque, aos efeitos da Administração Bush e a parte da sociedade americana (o espírito punk não desapareceu por completo). Vieram agora mostrá-lo ao vivo, em Portugal. Era uma daquelas bandas que me apetecia mesmo ver, e já não o esperava, mas chegou um bilhete salvador à última da hora. Assim, juntaram-se milhares de nostálgicos dos anos noventa, meia dúzia de tipos de crista, correntes e roupa negra esfarrapada julgando estar na Londres dos anos setenta, e uma legião de teenagers (um até chegou a ir tocar ao palco e nem se deu nada mal) com variadas t-shirts dos artistas, além dos fãs dedicados de camisa preta e gravata vermelha, à Billy Joel. Ficou na memória a expressão de louco nos ecrãs gigantes do vocalista, que até lançou camisolas com um canhão, a pirotecnia, o entusiasmo do público e o fim do concerto, com a belíssima Time of Your Life tocada a solo, sob um único foco de luz. Ficou apenas a faltar, entre uma ou outra, a velha When I Come Around, que tanto passava nas rádios em 1995. E talvez uns minutos a mais de espectáculo.








A grande ausente do concerto

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