sexta-feira, abril 09, 2010

Ruínas




Há nas salas de cinema um ou outro filme que vale a pena ver. Mas o que diz mais à nossa memória colectiva é sem dúvida Ruínas, de Manuel Mozos, vencedor do último festival Doc Lisboa 8infelizmente só em exibição no cinema King, em Lisboa, e no Teatro do Campo Alegre, no Porto). Talvez ganhasse alguma coisa se identificasse os lugares por onde passa, mas mesmo assim é precioso. Do Cemitério do Prado do Repouso até ao enorme sanatório das Penhas da Saúde, passando por estalagens abandonadas, pelo Douro e pelo restaurante panorâmico do alto de Monsanto, são os restos, outrora prestigiados, de um país que abandona as suas memórias e o seu património e troca o velho, ainda que mais interessante, pelo novo. Uma fatalidade que desde sempre percorreu este país, na sua ânsia de querer parecer moderno e igual ao que vinha "lá de fora". É o Portugal esquecido e ultrapassado, mas com traços físicos que fica para trás, ultrapassado por novos elementos passageiros, que se transformarão um dia, também eles, em ruínas.

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