terça-feira, junho 14, 2011

Rescaldo - pequenos






Mais uma vez os "pequenos partidos" não conseguiram entrar no Parlamento. Até subiram, na sua globalidade, mas ficaram de fora. Desde 1991 que nenhuma formação pequena consegue furar os números. Nesse ano, o PSN do professor Manuel Sérgio conseguiu uma proeza improvável, antes de se afundar na irrelevância. Tirando o caso da federação de partidos que, com sucesso, formou o Bloco de Esquerda, nenhum consegue lá chegar.




O MRPP, velho partido de murais épicos e militância estudantil famosa, é sempre o primeiro dos últimos. Até hoje, e apesar da sua história e de ser conhecido, não conseguiu um único representante. Garcia Pereira é persistente, mas tudo tem os seus limites.




O MEP é a grande desilusão. Com os focos dos debates a incidirem sobre Rui Marques, teve ainda menos votos do que em 2009, e muitos menos do que aquela coisa dos animais. Essa nóvel formação conseguiu surpreender, talvez por causa do apoio de algumas caras conhecidas, ou da mobilização dos budistas, vegans e alguns votos habitualmente bloquistas. Quanto ao MEP, não sei qual o seu futuro, ou sequer se o tem. É que a desolação de resultados levou Marques a abandonar a liderança do movimento, e sem ele, tenho sérias dúvidas que se aguentem.



O MPT, em nome próprio, cresceu, mas terá de ambicionar mais se quiser chamar a atenção para os valores que defende. O PNR também subiu (terá sido o temor e a reacção aos indianos usados pelo PS?), mas por este andar ainda faltará muito tempo até Pinto-Coelho chegar à A.R.



O PPM, apesar da sobriedade de Paulo Estêvão e da graciosidade de Aline Hall, ficou-se por um resultado desolador, nada digno de quem já esteve no governo. De resto, o costume: POUS, Portugal Pró-Vida e Partido Humanista fecharam o pelotão. O Partido do Norte, do tronitruante Pedro Baptista, que se albergou no PDA, essa micro-entidade açoriana (que não é a primeira vez que serve de barriga de aluguer a um partido regional, se se lembrarem do alentejano Movimento Amigos da Planície), saldou-se por números irrelevantes. E já que se fala em partidos regionais, tivemos pelo meio a Nova Democracia, que agora praticamente só aposta na Madeira, e o Partido Trabalhista, do ex-PND José Manuel Coelho, que não chegou aos calcanhares do resultado das presidenciais, há apenas 5 meses. Tivesse ficado no antigo partido de Manuel Monteiro, e as perspectivas para as regionais eram interessantes. Assim, desbaratou os votos que lhe poderiam ser preciosos mais tarde. O pecado da gula é aquele que mais depressa acarreta punição.

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