quarta-feira, maio 22, 2013

Os perigos das novas engenharias sociais


A votação da lei que permite a co-adopção pelos "cônjuges" em casais do mesmo sexo poderá parecer uma melhoria nos direitos das crianças. Percebo que se pretenda dar uma maior protecção à criança em caso de morte do progenitor. Mas tendo em conta os autores da proposta - a nova sacerdotisa das causas fracturantes, Isabel Moreira, e um ex-líder da JS (outro apaniguados das "fracturas") - e os seus intentos, aliás revelados, de se dar "um passo civilizacional" em direcção à "igualdade plena", desconfio que a intenção é mais de privilegiar os "direitos gays" do que das crianças, como bem explica Pedro Picoito. A tónica é sempre a mesma, por vezes mal disfarçada, e não me admira que, depois de muito se falar na urgência de tais "igualdades" e no "progresso dos direitos civis", se proponha mesmo a total adopção da adopção plena por casais do mesmo sexo. A ideia parece-me simplesmente absurda. A natureza e mesmo a psicologia, que tantas vezes falha na sua abstracção, já nos ensinaram que meras engenharias ou experimentalismos sociais e familiares têm resultados duvidosos. E a igualdade, que eu saiba, é tratar coisas iguais da mesma forma e coisas diferentes de forma diferente. Quando calcula tudo pela mesma bitola, transforma-se num igualitarismo esmagador, nefasto e anti-natura. Mas já se sabe, há dez anos todos se ririam da norma aprovada na sexta. Hoje, quem defende isto arrisca-se imediatamente a ser apelidado de reaccionário, preconceituosos, quando não de fascista. E no entanto, falamos de crianças e famílias, elementos de suma importância em qualquer sociedade, cuja importância concreta devia ser discutida e reforçada, mas que tendem a ser reduzidos e meras abstracções de combate ideológico pelos novos engenheiros sociais.

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