terça-feira, outubro 08, 2013

Facciosismo opinativo ou incompetência jornalística?

 
A questão da falta de isenção jornalística e da ausência de critérios voltou a marcar os últimos dias, e a blogosfera não tem deixado o caso por mãos alheias: segundo Ribeiro e Castro, a Caminhada pela Vida, uma manifestação em defesa da Vida contra as regras actuais que regulam o aborto, teve a participação de perto de duas mil pessoas, mas ao que parece, exceptuando a Renascença, nenhum órgão de comunicação social se lembrou de noticiá-la, optando por um pedregoso silêncio. Ao mesmo tempo, a manifestação dos "Que se lixe a Troika" teve ampla difusão dos media, embora só tenha tido trinta participantes, mas como ululavam, pugnavam por "causas justas", gritavam slogans circunstancialmente correctos e ainda tiveram a benesse de um deles ser detido. Depois fica a ideia sempre abusiva de que uns falam em nome "do Povo" (como se houvesse um grupo específico que pudesse representar toda a população) e que outros nem sequer existem. Critérios...
 
Mais patético ainda parece ser esta situação descrita no Corta-Fitas: o Diário de Notícias mostrando uma vintena de saudosistas da 1ª República a homenagear os revolucionários de 1910, enquanto que lá atrás passa a Marcha pela Vida...que não tem a menor referência no jornal (ainda por cima a redação é mesmo ali em frente). Os repórteres estariam demasiado distraídos ou não falaram da marcha voluntariamente? Em qualquer uma das hipóteses, incompetência ou facciosismo, trata-se de jornalismo de novela, sem critérios editorais que o guie e que nem ao menos sabe disfarçar as  gaffes. Mais do que tendencioso, é puramente anedótico.
 
 

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