quarta-feira, abril 16, 2014

Domingo de Páscoa não é Domingo de bola

 
É certo que o Benfica está à beira de ganhar o 33º título de campeão nacional. E que ainda está envolvido em mais três provas, quase umas em cima das outras, uma contra a Juventus e outras duas contra o Porto (a próxima é hoje e o Benfica não só parte em desvantagem como tem cinco titulares lesionados), qualquer delas muito difícil de conquistar. Mas apesar disso, disputar um jogo, para mais aquele que pode dar o título de campeão, no Domingo de Páscoa, não é uma escolha acertada. Por alguma razão não há jogos na Páscoa: mesmo que nem todos comemorem a Ressureição, é sempre um dia para reunir a família, à mesa e onde for. Em Portugal, o futebol não é exactamente como no Reino Unido, nem sequer como em Espanha, não é um factor de aglutinação familiar. Arriscamo-nos ainda mais a esboroar os momentos familiares sacrificando-os à idolatria desportiva. Por isso mesmo, devia-se deixar o dia que marca a quadra livre de competições oficiais. Até porque os jogadores também merecem gozá-lo. O Benfica podia perfeitamente jogar no Sábado ou na Segunda à noite, que era quase igual, e não inaugurar um mau precedente, que ameaça banalizar a Páscoa e transformá-la num simples Domingo em que há bola e em que algumas famílias se decidem reunir ao almoço. Já que os compassos se tornaram raros, ao menos mantenham o cabrito pascal.
 
PS: para mais, se o Benfica ganhar, haverá inundação de piadas que já circula, como "Jorge Jesus ressuscitou na Páscoa", ou "na Páscoa o Benfica tem tantos títulos como a idade de Jesus".

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