terça-feira, janeiro 05, 2016

2016 começa bem



Começou 2016 e temos já a primeira crise internacional: o corte de relações entre a Arábia Saudita e o Irão. A vaga de execuções que envolveu dezenas de xiitas, em especial a do clérigo Nimr al-Nimr, provocou reacções intempestivas no Irão, sobretudo, no Iraque, e no Líbano, e levou a trocas de acusações, corte total de relações e proibição de voos entre o Irão e o reino dos al-Saud. Se a situação já era tensa entre os dois blocos comandados por estes dois países, sobretudo na Síria, é de prever que piore muito, com repercussões no preço do petróleo (embora estivesse num nível baixíssimo) e sobretudo na intensificação do conflito no que resta do estado presidido por Hassad, no Líbano, cujos bairros xiitas sofreram recentemente atentados, e no Iémen, onde a rebelião dos Houthis xiitas contra o actual poder sunita apoiado (militarmente) pelas monarquias do Golfo estava a acalmar-se.
Registe-se que na sequência das execuções a embaixada da Arábia Saudita sofreu uma invasão e chegou a ser parcialmente incendiada por uma turba, a fazer lembrar a ocupação da embaixada americana em 1979 (se virem o filme Argo está lá tudo no início), com a diferença de que desta vez não houve prisioneiros e reféns e que as autoridades intervieram. O Irão é um país interessantíssimo, mas não deve ser fácil ser diplomata de um estado que tenha relações tensas com Teerão.

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