terça-feira, setembro 26, 2017

Rescaldo das eleições na "Germânia".


Nas eleições alemãs de Domingo materializaram-se nas urnas algumas tendências recentes, como a subida da AfD e o regresso dos liberais ao Bundestag, mas a CDU e o SPD desceram a níveis ainda mais baixos do que se julgava. Merckel voltou a ganhar, mas com um baixo score. Com toda a confusão eleitoral,  já se prevê uma inédita e atribulada coligação "Jamaica" entre CDU-Verdes-Liberais (do velho FdP, uma sigla que pode vir a ser muito usada nos próximos tempos em Portugal se o seu líder vier a ser ministro das finanças). Dando azo a grandes euforias no início, o efeito Schultz no SPD esvaziou-se com a passagem dos meses e revelou-se um enorme flop, acabando num resultado que seria inimaginável há algumas semanas: "apenas" o pior resultado eleitoral de sempre dos sociais democratas.

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Entretanto, a comunicação social deu grande atenção aos resultados dos radicais da AfD e aos protestos nas ruas contra estes. Eis uma das modas nos últimos tempos que me escapa: aparecerem logo uns quantos furiosos a manifestar-se contra os resultados de um partido legal com um número elevado de votos. Pergunto-me o que quererão tais manifestantes: que as eleições sejam anuladas? Que os seus potenciais eleitores sejam proibidos de votar? Nunca votaria em tal partido, mas ver malta a vir para as ruas "contra o resultados das eleições" mostra bem que os inimigos da democracia não estão num só extremo. Não tenho ideia de ouvir semelhantes protestos quando ex-elementos da STASI foram eleitos para parlamentos estaduais. Além de que, e como já vários (comentadores) políticos tão díspares como Paulo Portas e Rui Tavares disseram, é sempre melhor ver extremistas no parlamento a obedecer às regras da democracia e do primado da lei do que a tomar conta das ruas e dos humores das multidões. E ainda por cima já começaram as divisões na AfD, pelo que o sucesso pode ser efémero.

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